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SCORN: vale a pena jogar? Veja o Review completo

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É difícil definir exatamente o que Scorn é, porque nunca jogamos um jogo assim. Apesar de fundamentalmente ele ser um jogo de terror em primeira pessoa, ele é diferente de muitos, talvez todos do mesmo estilo. 

Seu mundo bizarro que mistura carne, máquinas e indústria é onírico e surreal, tomando inspirações claras das obras de H.R Giger e da arte de Zdzisław Beksiński.

Sua carência de narração, textos e qualquer tipo de diálogo para te contextualizar sobre o que está acontecendo à sua volta. 

O grotesco em muitas das suas ações e de boa parte do que você encontra. Até mesmo a estrutura peculiar do jogo, misturando quebra-cabeças estranhos que fazem parte do cenário ao seu redor e um combate cadenciado com armas diferentes de qualquer jogo de primeira pessoa que você vê por aí. De acordo com a Ebb Software, desenvolvedora baseada na Sérvia e que criou Scorn com um nível de atenção meticuloso em um período de quase uma década, o pilar central do design que carrega a experiência é o conceito de “Ser lançado em um mundo.”

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História do jogo Scorn

E é assim que Scorn começa. Você acorda em um mundo em decadência, ao redor dos resquícios de uma civilização há muito tempo perdida. Você não sabe o porquê disso e nem o que precisa fazer, apenas que precisa seguir em frente. 

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Créditos da imagem: XBOX GAMES

Scorn se recusa a falar o propósito de tudo que existe à sua volta, nesse enorme labirinto biomecânico, e isso é parte do que o torna tão fascinante. 

Ele é um jogo em que você precisa experimentar e explorar tudo que está à sua volta para conseguir progredir e começar a criar sentido no grotesco e bizarro que está ao seu redor. 

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De forma direta, isso funciona em sua mistura de exploração, quebra-cabeças e combate. Progredir por Scorn é tatear nesse mundo que mistura orgânico e mecânico, tentando aprender a como ativar e desativar mecanismos, portões ou outras coisas que não se encaixam em definições normais e que impedem o seu progresso. 

Ele incentiva a experimentação, pois é apenas através dela que você vai conseguir ligar os pontos e entender os múltiplos propósitos dos dispositivos que você vai encontrar. 

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Créditos da imagem: XBOX GAMES

Scorn Gameplay

Isso já é perceptível nessa introdução. Uma das primeiras máquinas que você encontra requer que você insira o braço dentro dela e após um momento um tanto desagradável, seu personagem adquire o seu primeiro dispositivo, mas mesmo nosso protagonista, o que quer que ele seja, age de forma cautelosa e curiosa ao o usar pela primeira vez para abrir um portão que bloqueia seu caminho um comportamento similar ao nosso, que está jogando, enquanto tenta entender o que está acontecendo.

A área a seguir é o primeiro grande quebra cabeça de muitos de Scorn. Um grande salão circular se é que pode ser chamado assim com diferentes maquinários que podem ser usados para diferentes propósitos. A chave aqui é descobrir quais são esses propósitos e exatamente o que você precisa fazer. Essa recusa de Scorn de indicar exatamente qual é seu objetivo é tanto um dos seus aspectos mais brilhantes como também às vezes o que causa mais frustração. 

É brilhante porque por mais estranho que pareça, existe uma beleza que gera fascínio no mundo muitas vezes grotesco e violento de Scorn. Ele toma como inspiração Giger e Beksinksi, sim, mas também forma seu próprio estilo em suas áreas labirínticas e repletas de detalhes. 

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Créditos da imagem: XBOX GAMES

Progredindo, você vai testemunhar a grandiosidade de estruturas gigantescas deixadas para trás por essa civilização, caminhar por desertos avermelhados que, enquanto nos deixam desconfortáveis, nos cativam com sua estética e ruínas de um passado distante. 

As vistas e visões de Scorn são parte da recompensa do progresso. O que não é tão brilhante, entretanto, é quão confuso o jogo pode ser em alguns momentos. Por mais que o conceito de “ser jogado em um mundo” funcione em boa parte de Scorn, às vezes, é difícil não se sentir completamente perdido nos caminhos labirínticos do jogo, se questionando se você já veio por aqui ou não, tornando os quebra-cabeças, que já são, desafiadores no geral devido à natureza alienígena deles, um tanto frustrante. 

É interessante tatear por esse mundo – por mais nojento que ele seja às vezes em busca da solução e do próximo passo. Mas não é tão divertido ficar dando voltas no mesmo lugar porque você não se lembra se deve ir pela direita ou esquerda ou se já foi por esse caminho ou não. Isso torna o terror de Scorn em momentos entediantes, atrapalhando o ritmo do jogo, que já é mais lento e cadenciado.

Jogo Scorn é bom?

Esse terror peculiar de Scorn não é daquele tipo que assusta ou nos pega de surpresa com sustos baratos, mas um que simplesmente te deixa desconfortável em boa parte da sua duração. Isso é visível de diversas formas, inclusive na própria resolução dos quebra cabeças do jogo. Parte disso é porque o jogo faz questão de ser tátil com tudo que você faz, com animações minuciosas para cada uma da ação do personagem usar um braço para ajudar a abrir um portão, carregar uma pobre criatura para um destino cruel e violento, até recarregar suas armas passa uma sensação estranha, devido ao quão orgânicas elas são. Isso também se mostra nas criaturas que você encontra e aqui é importante deixar uma coisa clara Scorn não é um jogo focado em combate.

Ele tem embates, mas eles são lentos e pessoalmente eu os vejo como uma extensão natural dos quebra cabeças do jogo, onde você precisa analisar quais armas usar um arsenal limitado que aumenta conforme o jogo progride e quando as usar. É como juntar duas peças de quebra cabeça de forma metódica. É o tipo do jogo que intencionalmente faz você se questionar sobre o que existe à sua volta em suas vistas, em sua arte, nas suas ações. 

Além no desconforto, sempre existia a curiosidade, isso é acentuado com um final que não faz questão de responder nenhuma de suas perguntas, e apesar de saber que isso pode ser divisivo, gostamos da forma que Scorn chegou ao fim. 

Scorn é uma experiência linear, cadenciada, que quer, que faz questão que você absorva os detalhes do mundo à sua volta, por mais grotescos e desconfortáveis que eles sejam em diversos momentos. 

Ele descarta muitas tendências modernas como colecionáveis, registros de texto e áudio, árvores de habilidades e mais e deixa que a construção de mundo seja sentida pelo simples ato de vivenciar a experiência desse mundo onírico. Ele pode ser um pouco lento e obtuso em muitos momentos, mas é definitivamente uma experiência que vale a pena – especialmente para os fãs de terror. 

Prós e Contras de Scorn 

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