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Age of Empires 4 Review completo!

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Como alguém que cresceu com jogos de computador, é difícil não se sentir um pouco nostálgico ouvindo a música tema de Age of Empires, afinal de contas, fez parte da infância e adolescência de muita gente, o jogo está em um panteão de RTSs que definiram uma era de ouro dos computadores, a era de ouro dos RTSs. 

Em questão de anos, nós tivemos clássicos atrás de clássicos… Warcraft 3, Command & Conquer: Generals, Red Alert 2, Starcraft, Homeworld, Dawn of War, Battle Realms, sim, amávamos jogar tudo isso, e, claro, Age of Empires 2. Uma palavra apta para definir o que foi Age of Empires 2 é fenômeno. 

Foi um fenômeno crítico e comercial, criando uma imensa base de jogadores que tornaria Age of Empires 2 em um dos maiores RTSs de todos os tempos. Mas nem a franquia gigantesca da Ensemble aguentou a queda repentina de popularidade dos jogos de estratégia em tempo real em meados dos anos 2000 e o redirecionamento da Microsoft e de seus recursos da divisão de jogos para o recém-lançado Xbox, resultando no eventual fechamento da Ensemble Studios. 

Nenhum Age of Empires foi capaz de replicar o sucesso do segundo jogo da franquia, e a série, por um tempo, ficou em um limbo estranho, com um jogo online que não parecia entender o que ele queria ser. 

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Mesmo com todos esses acontecimentos e contra todas as probabilidades, Age of Empires 2 nunca deixou de ser popular, e isso ficou ainda mais evidente com o lançamento do jogo na Steam. 

Hoje, com sua versão definitiva, Age of Empires 2 é jogado diariamente por mais de 10 mil pessoas. É natural, então, que Age of Empires 4, a primeira continuação direta e numerada da franquia depois de 16 anos siga de perto o modelo do segundo jogo. 

E após quase 50 horas de jogo e com a atividade ao redor da série, uma coisa ficou clara: Age of Empires está de volta, e dessa vez é pra ficar!

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Análise de Age of Empires 4

É complicado analisar um jogo de estratégia em tempo real. Quem nunca passou horas e horas em jogos como Warcraft 3, Starcraft, Age of Empires 2 e… Battle Realms? Pois é, gostamos muito de jogar eles e mesmo após gastar mais de 50 horas jogando Age of Empires 4, finalizando todas as campanhas, jogando os desafios da Arte da Guerra parece que apenas vislumbramos um pouco do muito que este jogo tem para oferecer.

Jogamos contra o computador e apenas algumas poucas partidas contra jogadores no beta que todo mundo pode participar, porque, né, ainda não tem muita gente jogando. Falamos disso porque não sabemos como analisar a meta desse jogo, como ele vai se desenvolver e crescer como um jogo multiplayer, quais vão ser as civilizações mais poderosas no PVP, quais são as melhoras táticas que você pode fazer ao se aprofundar nas camadas de micro gerenciamento disponíveis aqui. 

O que podemos dizer, entretanto, é que Age of Empires 4 é um RTS extremamente divertido. 

A história de Age of Empires 4

Mas, primeiro, introduções. Age of Empires 4 é o novo jogo de uma das franquias de estratégia em tempo real mais aclamadas de todos os tempos, que vai estar disponível para PC no Game Pass e o no Steam, onde você precisa coletar recursos, aumentar seu império e destruir seu inimigo. No quarto jogo da franquia, a vitória ou derrota vem pela destruição de marcos, estruturas essenciais de cada facção, na captura de relíquias ou pela clássica construção e defesa de uma das maravilhas do mundo. 

Dessa vez, o jogo foi desenvolvido pela Relic Entertainment, um estúdio também renomado pelos seus jogos de estratégia como Company of Heroes e a série Dawn of War, baseado em Warhammer 40K. 

É difícil não ficar cético com a proposta de Age of Empires 4 também: a vontade de ser uma continuação do segundo jogo da franquia. A Relic e a World’s Edge, estúdio criado pelo Xbox para cuidar da série Age of Empires, ambas deixaram isso claro nas entrevistas, declarações, no anúncio do jogo e por ele se passar durante a era medieval. 

Eu não acho que isso é uma decisão errada, mas, inicialmente, eu me perguntava se eles conseguiriam continuar um jogo com uma comunidade ativa e imensa graças às suas mecânicas tão divertidas dentro do gênero. 

Após 50 horas, entretanto, fica claro que, primeiro, Dawn of War 3 não é um representativo da capacidade da Relic em criar jogos de estratégia e que, segundo os dois estúdios entendem profundamente a essência de Age 2 e a forma que evoluíram e moldaram suas mecânicas é muito interessante, então, vamos por partes, começando pelas mecânicas e no que talvez seja o grande diferencial do 2 para o 4: suas civilizações assimétricas. 

Civilizações assimétricas em Age of Empires 4

O que eu quero dizer com isso é que, enquanto em Age of Empires 2 todas as civilizações funcionavam no geral da mesma forma, na construção de suas estruturas e o papel de cada uma nas partidas, na forma que você coleta recursos, em como você avança entre eras… Isso não é o caso de Age of Empires 4. Em seu lançamento, Age of Empires 4 conta com 8 civilizações e isso pode soar como um número pequeno mas ele é, na verdade, massivo, levando em conta a diferença de cada uma dessas civilizações entre si. 

Os mongóis, por exemplo, têm como grande destaque do seu exército a sua cavalaria ágil, incluindo até mesmo arqueiros que podem atirar flechas nos seus inimigos enquanto se movimentam. 

Mas existem muito mais diferenças do que apenas unidades de combate. Com os mongóis você já inicia o jogo com o máximo de população sem necessidade de criar casas, você tem o Ovoo, uma estrutura fixa para coletar pedra que influencia outras estruturas ao seu redor com diversos efeitos. 

Você pode, por exemplo, criar duas unidades simultaneamente em um edifício militar, com o custo adicional de pedras. Você tem construções móveis, podendo criar caravanas para poder movimentar sua base inteira rapidamente e seu exército ganha ouro e comida quando bota fogo em uma estrutura inimiga. E claro, existem desvantagens, também, como o fato de que mongóis não podem construir nenhum tipo de muralha. 

Outra facção que tem uma postura mais agressiva são os Rus, mas de uma forma diferente. Eles não têm a possibilidade de criar grandes muralhas de pedra, mas suas paliçadas, disponíveis na parte inicial de partidas, tem o dobro de vida que outras do estilo e permitem que os Rus expandam seu território rapidamente, especialmente em conjunto com seus bônus que vem através da caça de animais. 

Caçando você acumula pontos de recompensa que resultam em melhorias aos aldeões. As cabanas de caça também ajudam, substituindo o moinho e dando ouro de acordo com a quantidade de árvores ao seu redor. As estruturas defensivas de madeira que podem ser espalhadas por um mapa, como essas fortalezas, também ajudam nisso. Só nessas duas facções existem muitos detalhes maiores, como as bases móveis dos mongóis, e menores, como micro melhorias que mudam significante como você vai ter que criar sua estratégia em partidas contra o computador ou contra outras pessoas. 

Nessa equação, ainda temos que acrescentar que você pode criar emboscada nas florestas do jogo e na verticalidade dos cenários. Se bem utilizadas, pode ser vantajoso, mas se não, cair numa armadilha do inimigo, pode ser mortal para o seu exército. 

Age of Empires 4 tem muitos traços do segundo jogo, sem dúvidas, mas quanto mais você explora suas camadas, mais ele se revela como uma evolução natural das mecânicas de Age 2, e mais diferente ele vai se tornando. E é muito divertido aprender sobre os detalhes de cada facção, sobre como defender seus marcos para que você não perca o jogo, analisar se deve ser agressivo, mandando pequenos grupos de soldados constantemente para desmontar as rotas de recursos de seu adversário, ou defensivo, usando, talvez, uma maravilha do mundo para ganhar pelo relógio. 

A interface em Age of Empires 4

O maior adversário do aprendizado aqui é sua interface, que infelizmente foi numa direção minimalista, o que, acaba causando certa confusão na diferenciação de tantos ícones e funcionalidades que as estruturas e as unidades têm. 

E muito fácil se perder no meio do micro gerenciamento na hora de criar unidades e escolher o que quer pegar em suas árvores de tecnologia, e isso pode ser muito frustrante às vezes. Entretanto, também na linha de aprendizado, outro grande acerto da Relic, World’s Edge e times terceiros são as campanhas fantásticas de Age of Empires 4. 

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Modo campanha

As campanhas de jogos de estratégia têm o papel de introduzir o jogador gradualmente às tantas mecânicas que o jogo oferece, enquanto, simultaneamente, oferecem missões e uma estrutura que podem se arriscar mais em seus objetivos, tudo com o intuito de criar algo interessante e surpreendente do início ao fim. Age of Empires, entretanto, é baseado em fatos reais, não há espaço para “criar” coisas novas, e por isso é tão fascinante o que eles fizeram no quarto jogo. Cada campanha, é, basicamente, um documentário sobre a civilização em questão. 

Existem 4 campanhas no lançamento, totalizando 35 missões. Elas são sobre o estabelecimento da Inglaterra, sobre a Guerra dos 100 anos no papel da França, sobre a expansão do Império Mongol, e a campanha dos Rus, que, eventualmente, viria a se tornar Rússia. O jogo então alterna entre cenas reais, filmadas em localizações-chave que foram onde alguns dos eventos mais importantes de cada civilização aconteceram, misturando a vida real com o que está sendo contado de uma forma que é bem educativa. 

Fica claro a preocupação dos desenvolvedores em representar as coisas como elas de fato são e foram, em vez de abstrair para a visão que temos da história através da cultura pop. Isso é visto também quando aprendemos mais sobre civilizações como a Dinastia Abássida, representando uma fração da história do povo Árabe; ou o Sultanato de Déli, que era localizado no que hoje conhecemos como Índia. 

Age of Empires 4 alterna, então, entre seus momentos live action, com uma narradora contando de forma sucinta o trajeto da civilização até o fim da era medieval, e nas missões em si, com a mesma narradora contextualizando alguns eventos e objetivos de cada missão através de uma perspectiva mais “histórica”. Vale apontar que tudo isso é dublado e traduzido para PT-BR. 

O que ajuda as campanhas é o fato da história em si ser uma coisa tão fascinante, o que resulta em missões variadas que alternam entre objetivos o tempo todo. E um momento, um duelo pequeno entre a ordem dos cavaleiros franceses contra os ingleses pra ditar o destino de parte de uma guerra longa e sangrenta, em outro, missões que mostram como eram as estratégias de guerra dos mongóis para eles conseguirem ter um império que chegou a ser o lar de um quarto da população mundial da época. 

É claro que eu não sou um historiador para afirmar a veracidade de muito do que é apresentado aqui, mas Age of Empires 4 parece fugir da romantização de indivíduos que acontecia em jogos anteriores da franquia, tomando uma ótica macro que resulta um estilo que funciona muito, muito bem com a série por ela ser tão enraizada na história. 

Essas cenas “reais” nos deixaram céticos no anúncio do jogo, mas, no fim, acreditamos que as campanhas de Age of Empires 4 são um acerto tremendo. 

Mesmo com tudo isso, não nos aprofundamos em civilizações que não estão incluídas na campanha para aprender sobre suas nuances e diferenças e nem conseguimos a medalha de ouro nos desafios da Arte da Guerra, que servem para te ensinar táticas mais avançadas do quarto jogo, com o intuito de te deixar mais preparado para partidas contra outras pessoas. Entretanto, os sentimentos com Age of Empires 4 são muito positivos. 

Conclusão sobre o Review de Age of Empires 4

É difícil dizer quão bem essa análise vai envelhecer porque é claro que a World’s Edge e a Relic veem o jogo como uma plataforma para o futuro da série, uma que vai durar anos e anos, mas sentimos que em seu lançamento, Age of Empires 4 está em um ótimo lugar. 

Suas civilizações são diversificadas e divertidas tanto de usar como de aprender no seu micro e macro, suas campanhas apresentam variedade, são longas, polidas e, olha, educativas. 

Ele cria mapas através de modelos fixos e já existem 17 desses modelos, com biomas diferenciados. Acompanhar como a meta vai se desenvolver em Age of Empires 4 vai ser fascinante. Claro que existe uma certa frustração por Age of Empires 4 não tentar um passo revolucionário dentro de um estilo que é tão apegado nas suas raízes, mas, por outro lado, apreciamos muito a forma que a Relic e a World’s Edge extrapolaram as mecânicas tão bem fundamentadas de Age of Empires 2. 

O visual é outro ponto que pode incomodar alguns por decididamente não ser algo da “próxima geração”, mas é muito bonito o estilo meio pintura que existe nesse mundo. 

Um outro ponto que é decepcionante é o fato do jogo sair sem suporte à mods e criação de mapas e sem matchmaking ranqueado. Ambos já estão confirmados para o início de 2022, mas eles são essenciais para a longevidade de Age of Empires 4, para qualquer RTS, na verdade, então é frustrante não ter essas ferramentas no lançamento. 

Fora isso, nos anima muito o futuro do jogo. Com quais civilizações eles podem adicionar e como elas vão se diferir da base que já existe aqui, já que essas civilizações não são simétricas, pelas campanhas novas que podem ser lançadas e como elas vão contar a história da civilização escolhida, e como ele pode evoluir através de novos modos e formas de se jogar, e como nada disso vai ter micro transações, algo já confirmado pelos desenvolvedores. 

É maravilhoso existir um novo RTS desse escopo e com tantas decisões certeiras em seu balanceamento. Muito do futuro de Age of Empires 4 depende do seu suporte e de como eles vão evoluir esse jogo como uma plataforma, mas o primeiro passo, o seu lançamento, definitivamente tem mais acertos do que erros.  

Prós:Contras:
CivilizaçõesInterface
CampanhasFalta de mods no lançamento
Balanceamento
Polimento Geral

Age of Empires 4 requisitos:

Requisitos do Sistema para rodar Age of Empires 4:

Mínimo:

SO: Windows 10.

Processador: Intel Core i5-6300U, AMD Ryzen 5 2400G, CPU with AVX.

Memória Ram: 4 GB.

Placa de Vídeo: Intel HD 520, AMD Radeon RX Vega 11.

Espaço em disco: 8 GB.

Versão do DirectX: API DirectX 12, Recurso de Hardware Nível 12.

RECOMENDADO:

Preferencialmente um processador e sistema operacional de 64 bits

Sistema Oper.: Windows 10 64bit | Windows 11 64bit

Processador: 3.6 GHz 6-core (Intel i5) ou  AMD Ryzen 5 1600 | CPU com AVX suporte necessário

Memória: 16 GB de RAM

Placa de vídeo: Nvidia GeForce 970 GPU ou AMD Radeon RX 570 GPU com 4GB of VRAM

DirectX: Versão 12

Armazenamento: 50 GB de espaço disponível

5/5 - (1 vote)

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