A Plague Tale Requiem review

A Plague Tale Requiem: vale a pena jogar?

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A Plague Tale Innocence foi um jogo lançado em 2019, que chegou meio do nada, mas que surpreendeu bastante pelo carisma de seus protagonistas e principalmente pela ambientação, em uma França antiga tomada por uma praga de ratos que remete a peste bubônica dessa época, mas muito mais visual e instantânea, por assim dizer. 

Mesmo com suas muitas qualidades, percebemos em A Plague Tale Innocence uma história que segue em uma direção menos criativa, principalmente em seu arco final, com um foco menor em seus ótimos protagonistas e uma batalha de chefe bizarra que não fez muito sentido, e que provavelmente só existiu porque aparentemente videogames precisam ter batalhas de chefe. 

Agora, quase 4 anos depois, A Plague Tale Requiem chega com uma direção de arte ainda mais bela, em sua ambientação muito mais viva com o colorido das flores e o contraste do mar mediterrâneo de uma Provença seis meses depois dos eventos do jogo original, continuando a história de Amicia e Hugo De Rune.

A Plague Tale: Requiem História

O ano é 1349, Hugo, Amicia e Lucas estão brincando nos arredores de casa. Após os eventos catastróficos do passado, os dias de paz parecem ter finalmente chegado. 

Para quem não jogou ou não lembra do original, Amicia e Hugo são irmãos que foram alvos de uma caçada mortal da inquisição ao mesmo tempo que tentavam sobreviver a uma infestação de ratos avassaladora, e Lucas por sua vez é um dos companheiros que eles encontram pelo caminho, um aprendiz de alquimista. 

Nessa inocente brincadeira de criança, um clássico esconde-esconde, é onde A Plague Tale Requiem introduz suas mecânicas mais básicas de furtividade. Ao lado de Hugo, o que felizmente será uma constante durante o jogo todo, Amicia pode se esgueirar pelo terreno e por gramas altas para escapar de seus inimigos, ou para pegá-los de surpresa.

O jogo introduz suas mecânicas de forma atrelada a sua narrativa e isso é adorável, não é mesmo? Uma simples brincadeira de criança pode ser bem mais importante do que parece. Mas logo depois de Lucas voltar para casa, Amicia e Hugo se deparam com um grupo estranho de pessoas, com propósitos ainda mais bizarros, e na tentativa de escapar eles entram em conflito com esses indivíduos e as coisas saem de controle.

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Créditos da imagem: Playstation

Créditos da imagem: Playstation

Após essa tragédia provocada pela doença mortal que Hugo carrega, juntos eles decidem buscar por uma cura em Provença, no sul da França, com antigos alquimistas e amigos da família De Rune. 

Uma das maiores reclamações do jogo original era que o foco nos protagonistas acabava se perdendo no meio do caminho para dar lugar para uma narrativa mais épica, e isto foi resolvido e não acontece em A Plague Tale Requiem, todas as coisas nessa sequência ficaram mais belas, maiores e melhores que o original, e isto torna o jogo altamente impressionante.

Capítulos do jogo

A estrutura do jogo funciona quase que da mesma forma que o original, os capítulos são divididos mais ou menos em 4 etapas diferentes: 

A primeira é a parte de exploração e narrativa, onde o jogador pode explorar cada cantinho dos lugares com calma, sempre introduzindo algum tipo de momento narrativo interessante entre os protagonistas, geralmente é o Hugo falando alguma coisa e deixando você apaixonado pelos personagens. 

Nessas partes de exploração é onde o jogo mostra seu lado mais belo. Toda a construção desses vilarejos e ambientes tem um trabalho de pesquisa muito grande, com a ajuda de Roxane Chilà, doutora em história medieval, o time de produção conseguiu interpretar de uma forma muito visual como estariam as construções da Roma antiga na época em que o jogo se passa.

Essa riqueza minuciosa de detalhes traz para as sessões de exploração alguns dos momentos mais inesquecíveis do jogo. Enquanto essas sequências de exploração te dão bastante tempo para examinar cada cantinho dos lugares e encontrar eventos opcionais pelo caminho, a segunda etapa é a parte mais linear e guiada, com direito a eventos épicos em grande escala. 

Geralmente são os momentos em que algo de muito errado acontece, ou quando você entra em áreas perigosas ao lado de um NPC, nesse começo em Provença é quando Lucas e Amicia decidem procurar um alquimista que pode ajudar Hugo em uma favela da cidade que está infestada de ratos. 

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Créditos da imagem: Playstation

A terceira etapa é a do encontro com inimigos e ratos, que podem ser resolvidos de forma furtiva ou ainda mais combativa do que o jogo original, desta vez Amicia conta com algumas técnicas mais criativas para derrotar seus inimigos, como uma besta, bombas de piche extremamente inflamáveis e até uma substância que atrai ratos e que pode ser bem fatal no contexto do jogo. 

E por fim são os quebra-cabeças, que quase sempre envolvem uma solução com luzes para evitar os ratos, seja abrindo caminho com uma tocha, seja criando caminhos de luz pré-definidos. Claro que essas 4 etapas da estrutura de A Plague Tale Requiem se misturam durante todo o jogo, criando um ritmo muito bom para a aventura que dura quase 20 horas.

A atenção aos detalhes e a qualidade se traduzem para todas essas etapas. Os momentos épicos são de cair o queixo, com ondas gigantes de ratos devastando tudo pelo caminho, por mais que sejam momentos roteirizados e quase impossíveis de falhar, o simples ato de se envolver narrativamente e visualmente nesses eventos é o suficiente para trazer a dimensão deles à vida. 

Praticamente todas essas etapas trazem rotas opcionais e ainda mais contexto para o mundo do jogo. 

No lugar de objetos colecionáveis, o que a Asobo Studio colocou nessas rotas opcionais foram momentos narrativos que você pode perder completamente, mas quando você as encontra, elas se tornam recompensas muito mais interessantes do que um simples colecionável. 

Inimigos e combates em A Plague Tale: Requiem

Os encontros com inimigos se misturam muito com os quebra-cabeças de ratos, que podem ser usados para eliminar esses inimigos, ou criar rotas alternativas para os protagonistas seguirem. 

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Créditos da imagem: Playstation

Os mapas geralmente são bem grandes, com espaços que permitem uma maior liberdade na hora de enfrentar ou evitar esses inimigos. A parte mais fraca do jogo são os encontros com inimigos, a furtividade ainda segue um padrão bem básico, atire um vaso para atrair o inimigo para um ponto, se esconda na grama alta e siga em frente. 

Mas mesmo sendo os momentos mais fracos do jogo, eles servem ao propósito de segurar um pouco a narrativa e manter o ritmo balanceado, o que os torna muito importantes para A Plague Tale Requiem. 

Quanto mais avançamos nessa história, mais o peso das decisões e dos acontecimentos se refletem nos ombros de Amicia e de Hugo, cada obstáculo ultrapassado se soma à trágica história dos protagonistas. 

Personagens A Plague Tale Requiem

Diferente do original, o foco em A Plague Tale Requiem fica do começo ao fim em seus ótimos personagens, com um desenvolvimento ainda mais profundo, e consequentemente um impacto enorme ao final dessa história. 

Tudo isso aliado a qualidade de seu mundo e de sua narrativa, assim como a quantidade de momentos opcionais e relacionáveis desses personagens, fazem de A Plague Tale Requiem um jogo muito mais competente que o original. Alguns dos momentos mais emocionantes foram esses opcionais que são tão bem construídos que conectam o jogador ainda mais com essas pessoas, de uma forma muito mais orgânica do que em uma cutscene obrigatória. 

Conclusão do review de A Plague Tale Requiem: vale a pena?

A Plague Tale Requiem segue uma estrutura parecida de seu antecessor, mas com um caminho bem diferente, entrando cada vez mais fundo na psique de seus personagens, e realizando o mundo a volta deles para valorizar ainda mais a existência deles, e isso se traduz em uma história muito mais coerente e impactante do que a que vimos antes. A sequência não inova em suas mecânicas e nem traz conceitos novos para a trama de seus protagonistas, ele simplesmente avança essa história e desenvolve ainda mais esses personagens, e era exatamente isso a sequência de A Plague Tale precisava. 

A Plague Tale Requiem foca em contar sua história da melhor forma possível, com uma atenção a detalhes e uma qualidade artística altíssima, sem nunca trair ou deixar de se importar com os personagens envolvidos em toda essa beleza e esse caos. Uma conclusão épica e impecável para uma história que teve sim seus tropeços, mas que felizmente nos deixa com uma marca muito forte e memorável.  

Prós e Contras de A Plague Tale Requiem

PrósContras
RitmoFurtividade muito básica
Protagonistas
Direção de arte
Zero lutas de chefe

Perguntas frequentes sobre A Plague Tale Requiem

Quanto tempo tem a Plague Tale Réquiem?

A aventura que dura quase 20 horas.

Quantos capítulos tem a Plague Tale Réquiem?

A Plague Tale Requiem tem ao todo 4 capítulos que se misturam durante todo o jogo, criando um ritmo muito bom para a aventura que dura quase 20 horas.

Onde se passa a Plague Tale Réquiem?

Roma antiga na época em que o jogo se passa e também no sul da frança no início da história.

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